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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Vote consciente!

O segundo turno das eleições para prefeito, nas cidades em que houve empate técnico entre os candidatos, de todo país é no próximo domingo, 26 de outubro, das 8h às 17h. Vamos exercer nosso direito e “obrigação” de votarmos conscientes de que cada um de nós é responsável pelo próximo gestor de nossa cidade nos próximos quatro anos.
A disputa entre o atual prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB) e Walter pinheiro (PT) está acirrada, como há muito tempo não se via na cidade. Arriscar um palpite? Bom, diante das inúmeras surpresas que tivemos no primeiro turno – a candidata (o) Léo Kret eleita com quase 13 mil votos, o ex-prefeito Antônio Imbassahy fora com menos de 9% dos votos, são apenas duas delas – é melhor nem arriscar palpite nenhum.
O importante é votar consciente de que tudo de bom ou ruim que virá, nos quatro anos seguintes, fomos nós - a maioria, afinal vivemos em uma democracia, que escolhemos!


* Por Glenda Lima

terça-feira, 21 de outubro de 2008

QUEM MATOU ELOÁ?


*Depois de ler muitas matérias sobre o trágico seqüestro ocorrido em São Bernardo do Campo (SP), onde a estudante Eloá Pimentel, 15, foi mantida em cárcere privado por seu ex-namorado Lindemberg Alves, 22, juntamente com sua amiga Nayara Silva por quase uma semana, resolvi deixar aqui a matéria que consegue descrever, com a maior maestria, o penso sobre a cobertura da imprensa (meio que faço parte, e infelizmente, tenho em momentos como esse, grande vergonha em relatar isso!) brasileira como um todo.

Por Nelson Hoineff em 21/10/2008 - do Obeservatório da Imprensa: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=508JDB002



A desastrada participação da mídia eletrônica no episódio do seqüestro de Santo André (SP) revela menos sobre o seqüestro do que sobre a própria mídia. O seqüestrador não tinha antecedentes e estava tomado pela emoção. Tornou-se um assassino pela sua inabilidade em lidar com uma situação circunstancial. A televisão, porém, essa incentivou – e provocou – o assassinato.
A mídia tinha inúmeros antecedentes – e estava movida pela cobiça. O seqüestrador vai passar alguns anos numa penitenciária, apanhar bastante, possivelmente ser estuprado e ser devolvido para a sociedade inutilizado. A mídia, nesse período, já terá tirado proveito de várias dezenas de casos semelhantes. Para os programas policialescos, o caso de Santo André será na melhor das hipóteses lembrado como um número. Um bom número que só interessa ao Comercial.
A impunidade de um tipo de "jornalismo" (o nome vai entre aspas para preservar a dignidade da atividade) movido pela hipocrisia, pela estupidez e pela maldade só não é maior que o dinheiro que ele gera. No episódio de Santo André, a mídia (ou uma certa mídia) foi um agente ativo dos acontecimentos. O desfecho só foi possível pela ação direta da cobertura ao vivo da TV sobre o seqüestrador, pela sua capacidade em entronizá-lo como uma rápida celebridade midiática (não mais efêmera do que qualquer outra), de transtorná-lo, de amplificar uma ação criminosa pueril e deixar o seqüestrador sem opções. Tudo, enfim, o que já é conhecido por quem acompanhou o caso.
Não há dúvida possível sobre quem de fato matou a jovem de 15 anos. Para a mídia que matou a jovem não há punição e muito menos remorso. Já na manhã seguinte, as emissoras disputavam o privilégio de falar com a nova advogada do seqüestrador, uma pobre senhora já àquela altura deslumbrada com os holofotes, isca viva de repórteres e "âncoras" à espera da carniça.
Quem saca primeiro
O mau jornalismo que se pratica em boa parte da televisão brasileira tem a perversa característica de não alimentar dúvidas do espectador sobre o que ele está vendo. Ele – que para as emissoras não é um indivíduo, mas um consumidor – dificilmente se dá conta das circunstâncias que levam à espetacularização do fato policial e do que isso representa para a sua banalização.
Os espectadores são levados a acompanhar o desfecho de um seqüestro da mesma forma como acompanham o grand finale de uma série de ficção, sem perceber que ambas estão sendo escritas da mesma maneira: a ficcional tendo como base o papel, a real como matéria-prima a manipulação dos sentimentos dos protagonistas – a audiência e os diretamente envolvidos nos acontecimentos. Uns como os outros, seres humanos.
Na cobertura do dia-a-dia, helicópteros e holofotes acompanham ao vivo até as mais banais rixas de rua, e é um milagre que não as transformem todos os dias em crimes pesados. Isso acontece para gerar um ponto percentual de audiência, e para que isso aconteça os espectadores são induzidos a acreditar na relevância daquelas pequenas disputas.
A má televisão não hesitou um segundo em transformar um obscuro namorado abandonado de 22 anos numa celebridade instantânea, como se fosse um reality show com direitos gratuitos. A morte de uma menina e a destruição de famílias foram corolários espetaculares desse sucesso. Está na hora das suítes, depois os especiais e as matérias requentadas, até que essa mesma televisão transforme outro infeliz no sucesso do momento – e o repórter que sacar primeiro um celular gere aquele 0,1% de audiência capaz de vender algumas caixas de iogurte a mais.
A propósito: como era mesmo o nome completo daquela menina que jogaram pela janela?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O DIÁRIO DE NOTÍCIAS FOI BENEFICIADO COM A ASFIXIA DO JORNAL DA BAHIA?

* Artigo elaborado para avaliação da 1ª unidade da disciplina Historia do Jornalismo, curso Comunicação Social com habilitação em Jornalismo do Centro Universitário da Bahia – FIB, em 1º de setembro de 2008.

Breve histórico sobre João Falcão e o Jornal da Bahia

O Jornal da Bahia foi fundado em 21 de setembro de 1958 e conseguiu sobreviver até 22 de fevereiro de 1994. Seu fundador e diretor foi o advogado, empresário, banqueiro, político e jornalista João Falcão. O JBa se transformou num marco de resistência contra a Ditadura, e principalmente, contra a tirania do político Antônio Carlos Magalhães, na imprensa baiana a partir de 1968.

João da Costa Falcão nasceu em 1919, em Feira de Santana, Bahia. Foi militante atuante de 1930 á 1955, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), onde fundou e dirigiu a revista Seiva em 1938, e em 1942, o jornal O Momento. Falcão rompeu com o PCB, em 1956, logo após as denuncias de Nikita Khrushchev sobre os crimes cometidos por Stalin, contra o socialismo na União Soviética. Nesse contexto, ele resolveu realizar um sonho antigo: fundar um jornal de cunho democrático, crítico, isento, independente e imparcial.

Historicamente, o Brasil passava por grandes transformações desenvolvimentistas. O presidente Jucelino Kubischek foi empossado em 1956 e a frase de ordem do seu governo era: “50 anos em 5”. JK conseguiu animar o mercado econômico de todos os setores do Brasil, e a Bahia crescia junto com o resto do país nesse movimento político progressista-democrático, que impulsionou ainda mais Falcão na construção de um jornal com cunho democrático.
Muitos jornais baianos eram ligados direta ou indiretamente a algum político ou grupo influente, como por exemplo: o Diário de Notícias e o Estado da Bahia, de Assis chateaubriand; O Imparcial, do coronel Franklin Albuquerque; o Diário da Bahia, do Partido Social Democrático e o A Tarde, de Ernesto Simões Filho. Com uma equipe de jornalistas comprometidos e ávidos para fazer um jornal livre do domínio de grupos financeiros e políticos, justamente para não ficar preso a “políticas empresariais”, e unicamente preocupado em servir à causa pública, em informar e mostrar para a sociedade os acontecimentos sem velar nenhum fato ou informação, em 21 de setembro de 1958 surgiu o Jornal da Bahia.

O JBa fez muito sucesso entre os baianos e todo o resto do país por sua imparcialidade e compromisso com a verdade. Com a vitória da ditadura em 1964, o jornal sofreu, como todos os outros do país, a censura imposta pelo regime. Mas, os jornalistas conseguiam, de forma de várias formas, levar informações sobre os assuntos censurados para seus leitores mais atentos.

Motivos da briga do Jornal da Bahia com Antônio Carlos Magalhães

Antônio Carlos Magalhães nasceu em 4 de setembro de 1927, era médico, jornalista, professor universitário, mas, se enveredou pela política. Foi eleito deputado federal em 1958 e reeleito em 1962 e em 1966. Em 1970 foi nomeado governador da Bahia pela primeira vez, foi ministro das Comunicações e faleceu em 20 de julho de 2007, como senador da República.

A história de Antônio Carlos Magalhães e a do Jornal da Bahia se chocam em dezembro de 1968. Até então, João Falcão e ACM eram amigos. O diretor do JBa, João Falcão, resolveu pedir ajuda para ACM, que nesta época já era prefeito de Salvador, interceder pelo amigo Marcelo Duarte Guimarães – filho de Nestor Duarte Guimarães – preso pela ditadura. Antônio Carlos Magalhães não só não ajudou como também insultou o amigo, falando sobre a falta de coragem dos jornais baianos diante do Ato Institucional de 1968, do presidente Arthur da Costa e Silva. Houve então uma discussão e Falcão cortou relações com ACM. Dois dias após a discussão com o prefeito, um temporal desabou em Salvador e parte da cidade ficou inundada. No dia seguinte, a capa do Jornal da Bahia era: “A chuva de um dia destrói a obra do ‘Prefeito do Século’”. Ao ler a notícia, ACM ligou para Falcão e questionando-a teve o telefone desligado. Os ânimos dos dois já estavam muito alterados e o desentendimento se agravava. Houve também o desentendimento entre ACM e João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, após sua nomeação para a Superintendência de Turismo de Salvador (Sutursa). De acordo com o jornalista Clementino Heitor de Carvalho, o prefeito imaginou que conseguiria exercer alguma influência sobre a redação do JBa que era também chefiada por Joca. Mas, ACM não conseguiu exercer nenhum tipo de influência no jornal. Assim começou a perseguição de ACM ao Jornal da Bahia.

“O objetivo existencial de ACM foi conquistar a hegemonia do poder político na Bahia como meio de assumir o papel de líder nacional, chegando, ele próprio, à Presidência da República, e/ou através do seu filho Luiz Eduardo Magalhães. Fechar o Jornal da Bahia para ele não passava de um simples acidente de percurso”. Afirmou, Clementino Heitor de Carvalho.

Foram vários tipos de cerceamento político, econômico, social e até pessoal contra João Falcão, redatores e jornalistas do JBa. Porém, o principal cerceamento foi o econômico, com a pressão direta que ACM exerceu, para que quase 150 empresas não anunciassem mais no JBa. Ele proibiu o anuncio publicitário de qualquer entidade governamental e pressionou empresas privadas para fazerem o mesmo. E o mesmo, anúnciou a medida abertamente no Diário de Notícias. Com essas medidas, o JBa, começou a contrair dívidas e diminuir o quadro de funcionários, mas não a vontade e o compromisso de levar a verdade para a sociedade.
No aniversário de 13 anos do Jornal da Bahia, em 21 de setembro de 1971, João Falcão escreveu o editorial “Nosso Compromisso” e relatou as perseguições que o jornal vinha sofrendo por ACM. A população passou a se interessar pelo que estava acontecendo. Como quase não existia publicidade, o jornal teve que diminuir a quantidade de páginas de 24 para 16. Algum tempo depois, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), começou a se articular para tornar público nacionalmente o que acontecia na Bahia. Mas, a tirania de ACM foi muito além, como enumera o próprio Falcão em seu livro Não deixe esta chama se apagar.

Medidas para não fechar as portas do jornal foram tomadas, já que a obstinada perseguição de ACM não parou. Ao contrário! Aumentava á cada dia. A situação se agravava a cada edição. Jornais de todo o Brasil se solidarizavam com o jornal e muitos veículos escreveram sobre o assunto. “Foi quando tomamos uma decisão heróica, apelar para os leitores, para o povo, nossa única esperança. Lançamos o slogan ‘Não deixe esta chama se apagar’ no alto da primeira página” (FALCÃO, João - 2004). Os leitores responderam imediatamente. Houve um relativo aumento de jornais vendidos. E a população segurou, por mais algum tempo, o jornal que persistia lutando contra a perseguição incessante e descabida do déspota Antônio Carlos Magalhães.

Os funcionários, preocupados com o possível fechamento do jornal, escreveram uma carta para o presidente Médici, denunciando o abuso de autoridade de ACM e expondo suas preocupações quanto à sobrevivência do jornal que foi publicada pelo Jornal O Estado de S. Paulo no dia 10 de março de 1972. O cerco foi se fechando cada vez mais contra o JBa e as dívidas aumentando...

Jornal da Bahia é realmente vendido

Depois de enfrentar todos esses problemas e com a saúde comprometida, João Falcão, decidiu vender as ações do jornal. Porém, preocupado com a continuidade do JBa, ele resolveu procurar um comprador que pudesse continuar o trabalho independente, sério e imparcial do jornal. Ele vendeu sua parte para Armando Gonçalves, representantes de Etein Morgenroth e Jaime Fichman. Os dois eram ligados a ACM, que chegou a anunciar, em Brasília, que havia comprado o Jornal da Bahia. Ao tomar conhecimento deste fato, Falcão recorreu à Justiça para não entregar o JBa. Armando Gonçalves acabou fazendo um acordo e devolveu as ações a João Falcão.
ACM saiu do governo da Bahia e entrou o professor Roberto Santos. Os anúncios do governo voltaram a aparecer no JBa. A batalha contra ACM foi vencida e o jornal continuou firme. Porém, as dívidas contraídas com a perseguição de ACM não diminuíram.

No final de 1978, ACM voltaria ao governo da Bahia, desta vez, através do voto popular. No entanto, a perseguição de ACM estava muito mais amena. Não existia mais troca de insultos ou provações por parte do governador.

Em 1981, João Falcão apresentava um quadro de grande estresse e seus médicos sugeriam que ele se afastasse dos problemas, em particular, os do jornal. Ele vendeu apenas a sede do JBa, para pagar uma dívida, e passou a dividir as locações do jornal Tribuna da Bahia, gentilmente, cedida por Joaci Góes e Walter Pinheiro.

Mesmo resistindo bravamente contra as perseguições de ACM e aos problemas financeiros, por ele causado, João Falcão não tinha como continuar com o Jornal da Bahia. Os advogados Carlos Villares Barral e Francisco Bastos compraram o JBa, em dezembro de 1983, e João Falcão continuou sendo seu presidente.

Jornal da Bahia nas mãos de Mário Kertèsz pára de circular

Em poucos anos, Barral e Francisco Bastos vendem o JBa para o ex-prefeito de Salvador, Mário Kertész, que também comprou as rádios: Itaparica FM, Rádio Clube AM e a Rádio Cidade. É interessante ressaltar que nos anos 80, o ex-prefeito havia feito as “pazes” com ACM. E muito se perguntou, na época, como Kertèsz havia conseguido dinheiro para a compra de tantos meios de comunicação? Nenhuma resposta concreta. Foi neste período que o jornal se transformou num “jornal popularesco”, perdendo sua identidade - que foi construída com tanto sacrifício e empenho dos seus fundadores e colaboradores - de jornal sério, comprometido em levar para a sociedade a veracidade dos fatos. Suas notícias eram essencialmente policiais, sensacionalistas, fúteis e até fotos pornográficas foram publicadas para tentar vender mais exemplares.

E em 22 de fevereiro de 1994, o Jornal da Bahia teve sua última edição. João falcão distribuiu nota à imprensa relatando a surpresa e tristeza com o fechamento do jornal. “(...) a história do Jornal da Bahia foi brilhante e importante para a Bahia, marcada pelo idealismo e independência dos seus fundadores”.

João Falcão afirmou que cumpriu com sua promessa de não fechar as portas do JBa por pressão e tirania de Antônio Carlos Magalhães.

O Diário de Notícias foi beneficiado com a asfixia do Jornal da Bahia?

“Todos os detalhes da história do Jornal da Bahia estão no meu livro: Não deixe esta chama se apagar”. Essa foi à primeira frase que ouvi, ao solicitar uma entrevista, de João Falcão, fundador e diretor do jornal. Depois de algumas explicações sobre o trabalho, que aqui se discorre, e informar que, na verdade, a minha única dúvida era sobre quem poderia ter se beneficiado com o fechamento do JBa, ele resolveu falar brevemente sobre o assunto por telefone.

“O Diário de Notícias foi direta ou indiretamente beneficiado com a perseguição e decadência do Jornal da Bahia. O DN transformou-se em um órgão oficial do governo de Antônio Carlos Magalhães, já que era usado para calar a voz de um jornal com acentuada veia crítica e que não devia nada a ninguém. E ainda existia o grande volume de anúncios e publicidade que foram explicitamente tirados do JBa e mandados para o DN”, esclareceu João Falcão.

Porém, o jornalista Clementino Heitor de Carvalho, que trabalhou no Diário de Notícias nesta mesma época, relatou o contrario ao ser questionado sobre o mesmo assunto. “O Diário de Notícias não se beneficiou com as adversidades do Jornal da Bahia. O DN teve as suas próprias adversidades, decorrentes das próprias falhas de gestão dos Diários e Emissoras Associados”.
Apesar do relato do jornalista Clementino Heitor de Carvalho, é quase impossível não afirmar que o Diário de Notícias não tenha se beneficiado com a asfixia do Jornal da Bahia por alguns motivos, como por exemplo: a corrida dos anunciantes do JBa, exclusivamente, para anunciar no DN; a preferência que ACM tinha em priorizar o DN para publicar suas notas e críticas. É importante ressaltar, porém, que falta bibliografia, documentos e fontes interessadas em esclarecer esse assunto tão importante para a história da imprensa baiana.

Glenda Lima

domingo, 19 de outubro de 2008

Não roube os outros!


Li o livro O Caçador de Pipas, no começo de 2007 e me apaixonei pela bela história de Amir Jan e Hassan. Nesta última sexta-feira, assistir a adaptação para o cinema do best seller de Khaled Hosseini, dirigido por Marc Forster. Bom, não precisa nem me dizer que estou totalmente atrasada, já sei disso! O longa-metragem é uma fiel adaptação do livro e me fez repensar sobre os “roubos” mútuos que geralmente acontecem na sociedade e que é passado de uma forma tão simples de entender e ao mesmo tempo complexa de ser posta em prática.
Em uma conversa com seu filho Amir, Baba afirma que existe apenas um pecado no mundo que desencadeia todos os outros: o do "roubo". E justifica suas afirmação, dizendo:

“Quando você deixa de dizer para alguém alguma coisa que você acredita ser 'verdade', você está 'roubando' o direito dele saber o que você sente a seu respeito. Quando você mata alguém, você está 'roubando' o direito de outras pessoas conviverem com a pessoa que você matou. Quando você maltrata alguém, você está 'roubando' o direito dessa pessoa de ser feliz. Quando você mente para alguém, você está 'roubando' o direito dela conhecer a verdade”.

Quem nunca preferiu mentir, ou mesmo, omitir alguma verdade para alguém, só para não magoá-la? Quem nunca maltratou alguém, mesmo sem querer? Estamos o tempo todo “roubando” ou sendo "roubados" de alguma forma! Precisamos refletir sobre todas as nossas atitudes para não “roubarmos” os outros.

Sobre o filme

O filme é dividido em três partes. A primeira fase se passa no Afeganistão de 1978 e mostra a amizade dos garotos Amir (Zekeria Ebrahimi), filho de Baba (Homayoun Ershadi), homem rico, culto e viúvo, e Hassan (Ahmad Khan Mahmidzada), filho de um empregado de Baba. Os dois crescem juntos e apesar da subserviência que Hassan tem por Amir eles desenvolvem uma ligação muito forte por gostarem das mesmas coisas: filmes americanos e pipas.
A segunda parte mostra o incomodo que Amir sente ao não ter ajudado Hassan quando o viu ser violentado por meninos maiores do bairro. O que acarretou em várias investidas de Amir para que Hassan e seu pai fossem expulsos de sua casa. Em seguida, Amir e seu pai vão para os EUA para fugir da invasão soviética. Depois de alguns anos, Amir conhece uma jovem afegã, também refugiada do Afeganistão e se casa.
A terceira mostra um Amir adulto, escritor e feliz, apesar da morte do pai vítima de um câncer. Ao receber um telefonema de um amigo antigo da família, que continuou no Afeganistão, lhe contando que seu amigo Hassan morreu e deixou um filho que esta em um orfanato e precisa ser resgatado. Amir se recorda do mau que fez para Hassan e se sente culpado, encarando a difícil tarefa de voltar à perigosa Cabul e resgatar o filho de seu amigo.